Será ela?
Fiquei olhando de longe, vi no momento em que sem cerimônia, Paz abraçou Lali fortemente. Mesmo com o susto que deve ter levado, percebi que Lali retribuiu o abraço. Fiquei observando elas por um tempo, pareciam mesmo mãe e filha, e vendo agora, percebi que são bem parecidas - as duas têm o mesmo sorriso, estavam em sintônia, como se conhecessem há muito tempo - elas não se soltavam.
Mas, logo, o estraga prazeres se entrometeu. Benjamin, incomodado, ficou puxando Lali, dava pra perceber que estava reclamando. Então, elas pararam de se abraçar.
Antes de que Paz falasse algo que não devia, fui até eles. Quando eu estava me aproximando, ouvi Lali perguntar á Paz:
- Quem é você? - indagou ela, confusa, mas sorrindo.
Há muito tempo não via Lali, e há muito mais tempo não tinha visto um sorriso sincero como aquele. Depois que começou á namorar com Benja, eu e Lali nunca tivemos uma relação muito concreta, nem mesmo como amigos. Ela sempre me evitou quando estava perto dele, e sempre tinha a mesma cara. Confesso que não podia acreditar o quanto havíamos mudado, ela parecia estar sendo manipulada por ele, como se ele não a deixasse se aproximar de mim. Um par de vezes ele veio até mim e me disse pra me afastar dela, disse que ela o amava, que iriam se casar, que a vida dela sem mim estava muito melhor. Muitas vezes me declarei pra ela, mas ela não me correspondia. Mesmo assim, eu percebia algo de estranho, não era sincero o que ela dizia.
- É uma parente minha... - eu disse á Lali, enquanto abraçava Paz.
Paz me cutucou, queria que eu falasse a verdade.
- É ela! - sussurrou no meu ouvido.
De qualquer forma, não era o momento, haviam pessoas próximas á nós e, aliás, havia um intruso entre nós.
- Meu amor, vamos beber algo. - disse Benja, puxando Lali pelo braço e, me ignorando.
Sem poder o que fazer, Lali consentiu e foi com ele, mas antes olhou pra trás e sorriu pra mim e pra Paz. Ficamos acompanhando-os sair de vista, logo em seguida, Paz pisou no meu pé, com força e de propósito.
- Ai, ai! O que foi? - eu perguntei, tentando disfarçar a dor que sentia, ela estava com um salto enorme (nem sei como conseguia ficar de pé numa plataforma daquela), e as pessoas olhavam para nós, então tratei de colocar um enorme sorriso falso na cara.
- Por que você não disse? É ela!!! - exaltou Paz, em alto tom de voz.
As pessoas que estavam próximas ouviram e olharam para nós. Tratei de alargar mais ainda o sorriso, só pra disfarçar.
Depois, levei Paz para conversarmos em um local mais afastado - perto da cozinha.
- Paz, entenda, não é pra todo mundo saber. O Benjamin não pode saber! - exaltei, explicando á ela.
Ela olhou pra mim, pensativa - lá vem outra.
CONTINUA...
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