Quando eu era pequena, minha mãe me levava sempre para jogar as máquinas. Eu sempre foi de ficar com raiva fácil, como agora. Quando jogava um joguinho e não saí, o que eu queria fazer, ficava com muita raiva. Se eu não pode-se passar de nível ou derrotar o malvado, eu me irritava. Se não pode-se ganhar batia na máquina, lhe balançava, quase até quebrar-la. E se eu não pode-se bater na maquina, balançava e balançava a máquina até que ela estive-se marcada. Eu odiava terminar o jogo. Eu sei que a vida é uma roda, mas eu odeio saber que o volante continuará girando sem mim.
Sempre me enfureceu o fim do jogo, eu corro para fora da vida ou que inclinava a máquina. Isso que sempre me deu raiva e tristeza ao mesmo tempo. Vi que é a minha vez, meu final do jogo, desde que eu vi o que vi, inclinada. O problema não é o que está chegando, mas saber o que está por vir. Não posso deixar de ver o futuro e não é um dom, é algo insuportável. Eu não posso ajudar, mas acho que a vida vai continuar sem mim, eu só vou ser um lembrete para as pessoas que eu amo.
Eu não consigo parar de pensar em tudo o que não vou desfrutar. Eu não consigo parar de pensar sobre o que eu não vou fazer, e no que não vou fazer nunca mais. Eu não quero, eu não quero sabe se eu morrerei a amanhã ou morrerei em breve. Eu não quero sabe que acabe os "Sim, aceito", nem que acabem as aventuras de super-heróis. Eu não quero saber que isto vai acaba. Eu não quero saber o meu futuro. Há dores que não podem viver, dores que paralisam você, que inclina você. Viver sabendo que vou morrer, me ver a paixão, sonhos, ilusão, minha vida vazia . Eu não posso viver com a dor de saber que eu vou morrer em breve. Então, eu escolho viver com uma mente em branco, sem passado, sem futuro, preso num presente sem memória, dormindo com os olhos abertos, verificados.
Fonte: TKMCA Brasil
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