Eu nunca conheci minha mãe, ela foi morta. João Cruz matou o meu pai quando eu era um bebê. Me capturou, lavou minha cabeça e me escondeu por anos. Digamos que a minha cabeça está um desastre, e eu poderia dizer que estou totalmente ferrada. E como se desata um nó como esse?
Bem, eu sou uma psicanalista, que trabalha com palavras, amo as palavras. Mas às vezes não há palavras. Às vezes, a palavra certa é a que se cala. Às vezes não há palavras. Às vezes as palavras são ouvidas sem serem ditas. Existi palavras que curam, e outras que matam. Às vezes, ficamos calados para evitar mais dor e nesse silêncio aparecem as palavras que precisávamos. Um silêncio, uma simples palavra ou um irritante monólogo, fala tudo, tudo. Mas às vezes não atingimos nem os silêncios e nem as palavras, temos que ir mais além, passar das palavras à ação, porque o resto, o resto é puro blá blá blá.
Fonte: TKMCA Brasil
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