Pai???

Estava assistindo TV, junto á meu irmão, o que é habitual entre nós. Logo, ele pegou o jornal que estava na mesinha perto da poltrona e, começou á preencher as palavras-cruzadas. Pouco depois, ele virou a página do jornal, voltou-se á mim e, leu uma manchete:

- "Adolescente precisa de uma transfusão de sangue, por uma grave doença... - Continuou ele. - ...seu tipo sanguíneo é muito raro, O-, precisam de um doador com urgência. Caso de vida ou morte!"

Eu, admito que o estranhei, é estranho vê-lo falar sério, é o palhaço da família.
Ele dobrou o jornal e, voltando-se á mim, indagou:

- Peter, o seu tipo sanguíneo não é O-, é? - Ele disse, meio confuso.

Eu busquei na minha memória, pois confesso que esses tipos de dados não tenho muito exatos.

- Acho que sim! - Na verdade, sim, como meu pai não é o mesmo pai dos meus 3 irmãos, eu sou o único com esse tipo sanguíneo.

- Por que você não doa? - Ele se aproximou de mim e, quando chegou bem perto, apoiou sua mão em meu ombro. - Cara, tu tá parado, sem fazer nada depois que a banda acabou. Eu sei que tu tá de férias, mas férias em casa não é férias. Aproveita e viaja. - Ele me incentivou e, admito que do jeito que ele fala, não tem como escapar.

No dia seguinte, eu fui para o Brasil, fui para doar pra essa menina, confesso que fiquei tocado com a história, mas também ia passar uns dias curtindo os lugares de lá, meu irmão estava certo, eu precisava me divertir, ver coisas novas...
No aeroporto, me despedi da minha namorada, que não pôde ir, mas não por falta de vontade, estava gravando para uma novela. Bem que achei melhor ir sozinho#.

- Meu amor, já tô com saudades! - ela me beijou, como se fosse o nosso último beijo, sinistro#.

- Eu vou voltar logo, amor... Você nem vai perceber o tempo passar! - eu a retribui o beijo.

No dia seguinte, cheguei no Brasil, já estava com saudades, há um bom tempo não vinha pra cá. Primeiramente, fui ao hospital, como já havia me comunicado, fui recebido rapidamente e, levado para uma sala onde me tiraram um pouco de sangue. Depois, os pais adotivos da menina me pediram para vê-la, inclusive me disseram que ela era minha fã - que coincidência, não é?!.
Quando eu entrei no quarto da menina, que já se recuperava, apenas faltavam minutos para que ela despertasse, fiquei receoso de me aproximar, a sala era escura, com vários aparelhos e, me deixaram sozinho com ela. Comecei á caminhar e num suspiro profundo, cheguei perto da garota, era uma menina de uns 12/13 anos, estava pálida por tudo que passara, acredito, mas, contudo era notável de longe sua beleza, que me era bem familiar. Continuei observando-a, enquanto havia tempo.
Em certo momento, uma luz veio de um canto do quarto. De repente, um homem apareceu dessa luz, o que me deixou mais surpreso ainda.

CONTINUA...