Pai??? - 3x

Quando a menina começou a se mexer, ameaçando despertar, a única coisa que me lembro que ele disse, foi:

- Paz é sua filha! - "Paz" é o nome da menina, minha filha.

Então, Tic-tac, como disse ele, desapareceu.
Quando percebi a luz desaparecendo e tudo voltar á ser como antes, Paz estava despertando. Fiquei desesperado e, antes que ela me visse, sai do quarto, chamando pelos médicos. Os médicos vieram e a cuidaram, fiquei do lado de fora, não conseguia sair dali, não queria ficar longe dela. Nessas circunstâncias eu já estava quase ciente de que ela era mesmo, minha filha.
Os pais dela vieram conversar comigo.

- Está tudo bem? - Me perguntou gentilmente, a mãe dela, apoiando sua mão em meu ombro.

Eu balancei a cabeça, positivamente.

- Não precisa continuar aqui... Digo, se estiver ocupado, pode viver sua vida. Já fez muito por nós! - Disse o pai dela.

Eu realmente não queria tirar os pés de lá, não queria passar mais um segundo longe da garota que, por sinal, era minha filha. E, com tudo que aquele homem disse, fiquei preocupado, teria que protegê-la até o fim!

- Não... Posso ficar. Não tem problema. - Eu disse, ainda em estado de choque.

Um tempo depois, os pais adotivos da minha filha, que já estavam exautos, foram á cantina do hospital. Me convidaram para ir também, mas pensei: é a minha chance de ver a garota sozinho!
Então, após muito mirá-la pelo vidro da janela do quarto, decidi entrar e falar com ela.
Abri a porta lentamente, e quando entrei, ela estava sentada na cama. Ao me ver, sorriu pra mim. Um sorriso terno, inoscente - meio sapeca. Eu caminhei até ela e, estava nervoso, não sabia o que diria... sentia uma emoção tão grande e especial, que não sei como descrever.

- Está melhor? - Foi a única coisa que consegui dizer ao chegar próximo á ela.

Ela, imediatamente, pegou minha mão, o que estranhei muito.

- Por que demorou? - Ela me perguntou, enquanto sorria, feliz ao me ver.

Será que ela sabia? Será que ela sabe que sou seu pai? Aliás, como eu fui acreditar no que dizia um homem que eu nunca vi tão baixinho?
Eu não sabia o que dizer, então, a abracei - nesse momento, uma lágrima escapou de meus olhos. Mas, o que me deixou ainda mais impressionado foi que, ao fim do abraço, ao me ver chorar, ela secou as lágrimas de meu rosto.
Agora eu sabia... Ela é minha filha!

- Não chore... - Disse ela, acariciando meu rosto. - Faz tempo que não lhe vejo e, não quero lhe ver chorando.

Nesse momento, percebi que ela era a chave de todas minhas dúvidas, mistérios... E, de agora por diante, não ia lhe faltar em nada. Ela é minha filha e, vou cuidar dela!

CONTINUA...